quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Divisão 3 - O Dojão do Leopoldo Abi-Eçab

Caricatura do anabolizado Dodge Charger nº 71 do Leopoldo Abi-Eçab com seus pára-lamas estufados e rodas enormes, lindo carro mas...

Li em um comentário no blog do Mestre Joca que o Dojão apanhava dos "pinicos atômicos" até no retão de Interlagos, que o maior problema do Dodge Charger do Leopoldo era a falta de estabilidade para fazer as curvas 1 e 2 em alta velocidade e por isso entrava "frouxo" no retão e quando a banheira embalava já estava na hora de enfiar o pé no freio e reduzir pra encarar a curva 3.
Alguém sabe mais detalhes sobre esse carro?
Manifestem-se cambada!!!

11 comentários:

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Ficou muito bonito.

Abs

Rui

Unknown disse...

Parabéns!Mais uma obra de arte.

Perfeito!


abs

Mauricio Morais disse...

Bela arte. É um carro przeroso de guiar, ver e até desenhar.
Pena que não ví uma barata dessas em ação nos autódromos.
E aí Rui, você e os alicates deram muita canseira nos Dojão?

Orlando Belmonte Jr. disse...

lindo

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Não Mauricio, nunca andei junto, nessa época eu estava parado. Apesar de toda beleza esse carro foi muito dificil de acertar.
Os Dart tinham um grave problema no eixo traseiro, era muito pesado e transferir a potencia a pista era super dificil, mesmo o meu D 1 patinava na saida da Ferradura, Sargento, Bico do Pato e Junção, imagino esse com o dobro da potencia, ou quase.

Abs

Rui

Francis Henrique Trennepohl disse...

Esse carro é um "T-Grandão"

Mike disse...

Ficou muito bom mesmo , parabens .

O que esse carro tinha de bonito , tinha de ineficiênte .

Abs.

Mike

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Saudações! Como prometi, segue comentário do piloto Leopoldo Abi-Eçab:

"Dodge Charger nº 71 – A verdade dos fatos

Olá a todos os que curtem o automobilismo e as máquinas modificadas! Acho que a triste forma como foi extinta a Divisão 3 Classe C em 1976, e o tamanho do prejuízo que ela causou àqueles que dela participavam, causou o silêncio por tantos anos e a vontade de esquecer aquele infeliz episódio na história do nosso esporte.

Mas vamos aos fatos. Leio inúmeras opiniões dos aficionados em automobilismo sobre o desempenho do Dodge que eu preparei e pilotava e que participou apenas de 4 corridas. Leio, por exemplo, que “tomava pau dos pinicos até nas retas” ou que “seu eixo traseiro era muito pesado, e por isso, era lento nas curvas”. E mais outra: “transferia mal a potência para a pista”, e assim por diante.

Primeiramente, devo lembrar que o Regulamento da Divisão 3 exigia que apenas o bloco, cabeçotes, aparência externa e carroceria de aço fossem mantidos, além do local original do motor. Sendo assim, o motor do Dodge nº 71 tinha uma cilindrada elevada de 5.212cc para 5.400cc., comando de válvula roletado de 330°, taxa de compressão de 14:1, 4 weber 48 e mais algumas coisas que proporcionavam uma potência medida de 442hps.

Naturalmente, uma potência semelhante exigia um diferencial autoblocante DANA importado, usado pelos Dodges Challenger no Campeonato TransAn norte americano e pneus traseiros com 14 polegadas de banda. Como o regulamento permitia, tanto a suspensão dianteira como traseira não usavam uma única peça original. Barras de torção e bandejas na dianteira e feixe de molas na traseira foram suprimidos, dando lugar a braços triangulares com juntas esféricas (ball joints). Amortecedores Koni usados na Fórmula 5000 inglesa envolvidos por molas espirais tanto na frente como atrás, além de um eixo De Dion também com ball joints. Os freios com discos maiores nas 4 rodas possuíam 2 pinças cada um e também eram usados no TransAn.

A velocidade deste carro no fim da reta de Interlagos era de 260km/h, só equiparada aos outros motores V8. O opala que eu pilotava, um ano antes, atingia 240km/h e os pinicos atômicos não passavam dos 210km/h.

O verdadeiro ponto fraco no Dodge – que seria temporário se não fosse anunciado o fim da categoria, que não compensava novos e caros investimentos – estava no sistema de lubrificação do motor, que dos 5kg de pressão iniciais no momento da largada, caía para 1,5kg na metade da primeira volta para 0,5kg ao completá-la. Caso não houvesse um alívio substancial no acelerador, o motor ”lançaria” no meio do retão, se tanto. Nesse momento, as especulações depreciativas – que na verdade eu atribuo apenas à desinformação –, surgem e acabam consolidando uma fama equivocada.

Quando este carro começou a ser construído e preparado, no início de 1975, nada indicava que a categoria estava com os dias contados e o objetivo era competir de igual com os Mavericks, e isso seria conseguido se no 2º semestre do mesmo ano, com o carro em fase final de elaboração, não recebêssemos – chocados – o anúncio que a temporada de 1976 seria encurtada e seria a última.

Um abraço a todos e parabéns pela arte do Novaes, muito feliz mesmo."

Leopoldo Abi-Eçab
leop.abi@hotmail.com